quarta-feira, 22 de julho de 2009

No quarto, sapatos sobre a cama, roupas espalhadas, dois corpos no chão. Abriu os olhos. Olhou ao redor, ainda era confuso como chegara àquele ponto. Ela queria, muito. Mas como? Olhou para aquele que a abraçava. Aninhou-se em seu peito. Suspirou. Seria isso que queria? A dúvida novamente aparecia. Era certo? Seria bom para ela? Provavelmente não. Gostava de repetir o erro. Não sabia como evitar. A história se repetia sempre. A mesma coisa. Por que repetir? Por que não conseguia escapar? Sabia que quando ele acordasse, a noite estaria acabada. A magia do encontro se acabaria. O mundo real os tragaria. Os problemas, tudo aquilo que já não dera certo das outras vezes.
A noite tinha sido boa. Repetir sempre, com descompromisso, sem seriedade. Era assim que eles davam certo. Diversos momentos efêmeros, sem a obrigação da continuidade. A única forma que poderiam dar certo. O mundo real não permitia que se gostassem. Apenas a fantasia do impossível era capaz de uni-los.

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