sexta-feira, 3 de julho de 2009

"É preciso aprender a admirar a chuva". Escreveu a frase, tragou mais uma vez o cigarro que queimava na outra mão. Levantou a cabeça, sacudiu a franja que caia nos olhos e olhou novamente para a janela.
O som calmo da água encontrando seus obstáculos.
A chuva é a água que retorna. Ou pelo menos tenta. Nem sempre cai reta, na verdade quase sempre cai torta.
Os relâmpagos....
Bem os relâmpagos iluminam o caminho da chuva para que ela não se perca.
Os trovões....
Bem os trovões são as notas dissonantes que completam a melodia da chuva.
Numa noite de chuva não há estrelas. É um momento em que se retira os olhos do céu e se volta para a terra. Para o que nos é próximo. Ao que nos toca. Nem que isso seja os relâmpagos da chuva, que teimam em entrar pela janela. Talvez isso comprometa seu caminho para sempre. Mas talvez, um talvez bem remoto na verdade, esse seja o seu caminho, o seu objetivo.
Olhou mais uma vez para a janela, moveu a cabeça tentando sacudir o cabelo e tirar a irritante franja dos olhos. Fechou a janela e foi dormir.

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