quinta-feira, 20 de maio de 2010

As palavras continuam distantes. Certos momentos me aproximo delas. Mas ainda lentamente. Vivo na falta de ruído. Ou melhor, apanho apenas ruídos das palavras. Sem sentindo ou som completo. Elas estão por aqui, mas não as alcanço. Lentamente vêm as mudanças. Passos tímidos. Normalmente é quando acho que melhoro, é que retorno ao fundo. Penso se algum dia irei recuperar minha coragem. Não sei se a tive algum dia. Medos fantásticos assomam em minha mente. Logo me vejo pensando neles. Principalmente durante a noite. Trilho o caminho solitário sem querer permanecer nele. Mas apenas querer ou não, não tem me ajudado a mudar. Medo do ridículo ou encruzilhadas ausentes colaboram. Acho que permaneço errante. Uma década de passos a esmo sem sair do lugar. A todo momento olho o horizonte sem novidades, sem o desejo de sair correndo ao encontro de algo. Passos tímidos. Lentos. Quase sem querer caminhar por não ver nada a frente. Apenas a mesma triste paisagem, sem nada.