sexta-feira, 27 de abril de 2012





Uma ode às borboletas
Um dia a mulher-jardim conheceu um bando de borboletas malvadas que de más não tinham nada. Quisera ela ter conhecido essas borboleta quando ainda era uma menina árvore. Sabia que seus voos de antigamente teriam sido mais coloridos.
A mulher jardim por vezes se cansa de bater asas, principalmente quando começa a achar que os jardins que ela conhece não tem espaço, lhe são estranhos, com plantas que ela não consegue compreender.
Mas sua caminhada tem mudado. Não o ritmo, não a direção. Ser perdida lhe é um pouco inerente. Junto ao seu olhar.
Mas hoje ela pode se encantar com as borboletas. Cada uma diferente, uma sem chapéu, loira mas que de loira não tem nada , uma com silêncio nas asas, uma com uma meiguice e leveza e uma difícil de definir de tão igual e mesmo assim, diferente.
Essas borboletas voam junto à mulher jardim. Unidas, sustentam as asas umas das outras quando rajadas de vento tentam derrubá-las. E com isso, elas mesmas vão construindo um novo jardim, não alheio aos outros jardins, mas um lugar seguro, composto de avencas, amores não perfeitos, cravos, miosótis e violetas.

segunda-feira, 23 de abril de 2012





Os escritos fora de si. Confissões?
Os escritos. O texto que teima em si deixar jorrar.
Sem ordem, sem controle.
Jorro sentimentos e letras.
Deixo aos poucos os medos saírem.
Junto percebo outros tons.
Além do cinza, alguns acordes.
O silêncio já não comporta o papel.
O verde, o rosa, o vermelho.
Cores complementares.
Mas também misturas.
Por hora há ainda
Muitos acordes dissonantes também.
Instável, e ainda, um pouco inseguro.
Quando procuro algo, prometo a São Longuinho.
Às vezes não nos damos conta que o que procuramos já foi achado.
E vem alguém e me diz:
Pode pular.
Talvez apenas precise cumprir a promessa.