terça-feira, 20 de abril de 2010

Outro dia, lendo um artigo de revista me deparei com a seguinte afirmativa. Ter um ouvido absoluto é muito difícil, por que não se suporta lugares barulhentos. Imagino que pelo menos ter um ouvido absoluto se encontra uma certa paz em ambientes silenciosos. Creio que tenho uma mente absoluta. E ao contrário do ouvido, lugares silenciosos, como o quarto antes de dormir é o lugar mais barulhento do mundo.
Hoje mesmo ao me deitar, minha mente absoluta resolveu se manifestar. É uma coisa um tanto louca. A sensação que tive foi que os pensamentos corriam todos amontoados em uma pequena sala. Não que eu conseguisse acompanhá-los. Na verdade me perco. De um momento a outro são tão vários os pensamentos que nem sei bem em que estou pensando. De um assunto vai-se a outro as vezes conectado por uma palavra uma sensação ou por coisa nenhuma. Apenas um caos de cenas, imagens, cheiros, lembranças, resquícios do dia. Coisas esquecidas. Mas o pior é que para dormir é preciso um certo silêncio, um silêncio interior. O espaço na cabeça que também chamo de quarto precisa ser habitado apenas por sombras de pensamentos que se movimentam lentamente, indistintos e silenciosos.
Assim, 4:30 da manhã me rendo. Desisto da cama do quarto e me entrego a posição vertical. Sono tenho, cansada, estou bastante, mas uma mente absoluta não encontra muita paz hoje.

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