segunda-feira, 18 de junho de 2012

E ela ficou ali, sentada. Pensava quantas vezes ainda iria se surpreender com ela mesma. Essa desconhecida. De lagarta a borboleta. Antes com a carapaça dura, mas com tanta dor. Agora delicada, porém forte diante dos ventos. Ouvia a voz de Bethania, dizendo-lhe o que fazer. Seu peito se apertou. Mas em seguida se expandiu, até quase explodir. Era o que acontecia com essa desconhecida. Os tombos não eram mais temidos e, por vezes, aconteciam, mesmo que com menos frequência. Mas estes, já haviam se tornado mais fáceis de se recuperar. Aceitar o que já aconteceu. Aceitar que já não era mais tão fraca, tão frágil. Não era mais quebrável. Ou quando quebrada conseguia encontrar os cacos e juntá-los. Tornando a peça única com suas marcas. Desencanar do passado e se reencontrar no presente. Descobrir essa desconhecida e acreditar nela. Não mais uma nau perdida. Mas sim uma fragata, que enfrenta as tormentas e se lança no mar tenebroso, para renomea-lo apenas como vida.


2 comentários:

  1. O coração das gentes (o coração de cada um)é como uma nau, no imenso oceano da vida. De fato, um mar tenebroso. De fato, apenas, pois cada um sabe de sua nau..., mesmo quando ela perde o rumo.

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  2. Cacos...
    Será que não é disso mesmo que nossa matéria é feita?

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