sábado, 18 de junho de 2011

Os passos ecoavam distantes. As pessoas daquela casa se moviam, mas distantes daquele quarto. Estava escuro e já não sabia que horas eram. Quanto tempo eu dormi, pensei? O olhar perdido voltou. Na verdade já há alguns dias ele tem me rondado. A espreita. Tenho medo dele. Essa minha fragilidade é muito complicada. É medo. Medo de retornar. Medo de não conseguir superar depois de cair. Sei que já encontrei o caminho para levantar uma vez, mas mesmo assim. Enquanto corria, me desequilibrei. Mas não cai. Apenas não tive firmeza nos pés. E veio o medo. Não sei muito bem de novo. O caminho que estou trilhando parece ser uma estupidez, uma burrice. Mas não consigo me desatar dele. Hoje estou aqui. Incomodada. Com o olhar perdido e um não saber. O que estou fazendo. Não tenho resposta. O que eu quero. Difícil de sustentar. Isso. Talvez um pouco mais. O que quero mais é simples parece. Quero não ter medo. Mas o medo vai sempre existir. Ele sempre vai estar por perto. Tal como o olhar perdido. Não adianta que isso eu não consigo perder. Logo eu que já me fiz perder tanto. Acho que nessa luta até já perdi. Provavelmente estou em queda. Mas mesmo assim. Mesmo tendo perdido. Não consigo desistir. Insisto, quero viver essa loucura sem saber muito bem onde isso vai dar. Se é que vai dar em algum lugar. Tem que dar em algum lugar?
Será que viver não é simplesmente isso. Correr. Sem uma direção. Ora para um lado ora pra outro?
Sem uma definição. Já defini muita coisa, mas continuo perdida. Estrangeira. Mas sem esforço. Aliás é isso que acontece. É sem esforço. Sou apenas eu mesma. Do jeito que quero ser. Isso torna difícil de desistir. Um jeito de me manter. Até por que não sei bem o que é sou agora. É tudo muito novo. Muitas vezes insensato. Sei que atualmente me abandono em queda. Tenho respirado em queda livre. Quase planando para olhares mais desatentos. Não quero pensar no choque com o chão. Que uma hora ou outra virá. Não há almofadas nem colchões me aguardando. Eu sei. E ainda assim. Me lanço na queda. Sentir o vento. Ouvir a mensagem.

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