sábado, 7 de maio de 2011

Caminhou pela sala, pelos quartos. Todos vazios. Desconhecidos, embora tão importantes em momentos de outrora. O sentimento era de estranhamento, distância. Pensava como fora difícil entrar ali. Tudo para agora se dar conta, que não, aquele lugar não podia mais feri-la. Seu sangue, sua dor, ficara na entrada, no chão, bem próximo ao portão. Caminhava sem se escorar. Os passos incertos, continham ainda algum medo. Mas este era pretérito e, portanto, não mais real. Já não caminhava com tanta temeridade. Atravessou o quarto. Sua mão tremia ao segurar no batente da janela. Fechou os olhos, respirou fundo. Deixou o ar entrar em seus pulmões, lentamente. Tal como fizera ao se erguer. Agora era a vez da casa. Mas não a pouparia, a encheria de ar de uma vez. E em um impulso abriu as janelas. De uma vez, sem pensar. Sentiu o ar em seu rosto. Abriu os olhos. A manhã estava muito azul, extremamente azul. Mas não insuportavelmente azul. Estava pacífica. Ela ou o dia? Se confundiam. Era uma mescla de um momento.

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