quarta-feira, 7 de outubro de 2009




Todas as manhãs era sempre a mesma coisa. Abria meus olhos. Mas não me movia na cama. Ficava quieta, apenas ouvindo os barulhos da casa. Em menos de um minuto ouvia seus passos lentos no assoalho do corredor. Permanecia quieta. Às vezes até fechava os olhos e fingia dormir. Mas ele já sabia que eu estava acordada. Em menos de um minuto lá estava ele, com o focinho me empurrando e o rabo batendo na cama. Um choro doce me pedia atenção, carinho.
- Oi Tico....
Com muitos beijos e carinhos, meu dia começava.
Chegar em casa era sempre uma festa. Sempre corria pra me receber. Sempre fazendo festa. Às vezes quando chegava de madrugada e ele estava dormindo profundamente a festa era só o barulho do rabo batendo em algum lugar da casa... Festa com preguiça.
Chorar era algo impossível, bastava as primeiras lágrimas começarem a aflorar e lá estava o Tico, desesperado, latindo, me focinhando, fazendo de tudo para me distrair e fazer com que eu parasse de chorar.
Hoje ele não tá aqui. E as lágrimas caem, sem que ele as faça parar.

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