segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Inspirado no livro contos de amor e não, da Lúcia Castello Branco


Dos conto de amor e não, fico com o não.
Mesmo não sendo possível defenestrar o amor,
Deixo-o num canto.
Não um canto qualquer.
Num canto da alma.
Um lugar onde não possa ser ouvido.
Mas também não será olvidado.
Apenas me distraio com a vida.
Com não-amores
Com prazeres de descoberta.
Com permissões antes não dadas.
Não é mais um jogo.
Não acho que seja brincadeira,
Ou apenas um ritual.
É sério
Mas a seriedade que almejo,
Todavia não tem espaço para o amor.
Talvez ainda
Talvez depois
De qualquer modo,
gosto que meu momento seja assim,
Aliás....

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Repetir
Repetir
Repetir
Os mesmo movimentos.
Repetir
Repetir
Repetir
Dobrar, Cortar
Dobrar, Cortar
Virar
Dobrar, Cortar
Delicadeza, cuidado, atenção.
Dobrar, Cortar
Precisão. Melhorando.
Mas ainda assim repetindo
Aprimorar. A dobra perfeita.
Do plano surge o sólido.
Sempre repetindo.
NÃO
Navego sem mapa. Há muito deixe-os para trás.
Quero por vezes águas calmas.
Mesmo perdida sei que preciso também descansar.
Mas o que seria um porto seguro não existe.
Se afasta. Se desfaz.
Não há, é verdade, tumulto nas águas.
Mas também, não é aqui que desejo ficar.
Descansar preciso.
Mas ainda não é hora.
Prefiro o não saber. O tumulto do oceano. Pois mares são pequenos. Vivi uma falsa calmaria. Que agora que vejo, não desejo mais.
Recolher ancoras. Hastear velas. Preparar para mais uma vez se laçar.
Grito sozinha em minha pequena nau.
Não tenho mais medo que não resita. De um labirinto confinado para a imensidão do mar.
Este que não cansa em me chamar.
Mar ia
Mar vou
Mas fui
Mar sou